Foi um custo convencer minha mãe a deixar levar a gatinha. Ela aceitou cheia de ressalvas, e lá fui eu eu com a bichinha no colo, lutando pra segura-la num fusca balançando.
Chegamos em casa, soltei a gatinha, que ainda não tinha nome, e ela foi explorar o lugar. Ela se escondeu dentro do forro do fogão ( em 1988 os fogões não eram "blindados" como hoje). Depois de alguns dias já estava acostumada com o lugar, com as várias pessoas que moravam em casa, com a rotina, comigo. Ela viajava conosco. Ia para a fazenda do meu avô nas férias, se misturava aos outros gatos, mas no dia de voltar, era só chamar que ela nem pestanejava: vinha para o colo. Parecia que sabia que era hora de ir embora. Ela nunca fugiu ou sumiu por um tempo. Ficava na varanda de casa, olhando a rua, namorando gatos que ousavam subir a escada. Eu nunca tive coragem de castrá-la, e ela por outro lado nunca teve filhotes. Infelizmente eu não tenho nenhuma foto dela. A perdi quando eu tinha 14 anos. Ela morreu, e eu quem achei seu corpinho, no jardim embaixo de casa. Foi meu pimeiro bichinho.
Demorei 13 anos pra aceitar ter outro gato por companheirinho.
E na manhã de uma terça feira (coincidência?), dia 16/01/2007, estava eu na Escola de Veterinária da UFMG, adotando um outro gato, um macho, cinza todo rajado de branco (rs.). Ele já tinha três pra quatro meses de vida, e foi encontrado na mata da universidade com as costas bem machucadas. Já tinha um mês que estava sob os cuidados do Hospital Veterinário, e claro, tinha sido castrado e estudado a exaustão. Esse eu batizei logo de cara, dentro do carro: COSMO.

Ele também se escondeu, também me deixou preocupado, e me surpreendeu por já reconhecer a caixinha de areia logo de cara. Por não gostar de comida humana, só gostar de tomar água das torneiras, de jogar pecinha por pecinha de ração na água e pegar com a patinha e levar a boca, uma a uma (juro, tenho provas, inclusive). Me surpreende todos os dias, quando vai ao meu quarto pontualmente as 06h10 me acordar, de segunda a sexta (nos sábados e domingos nós não temos horário). Me surpreende por vigiar as visitas que dormem em casa, mas jamais dormir com elas. Por pedir a todos que chegam pra abrir a janela, com seu miado meloso. Por passear no jardim, mas sempre voltar na mesma hora.
Pra quem diz que gatos são traiçoeiros, que gostam da casa e não dos donos, o Cosmo já se mudou conosco tres vezes nos últimos anos. E vai pra quarta mudança no mês que vem.
Ele nunca saiu de perto da gente. E sinto que nunca vamos nos deixar.
2 comentários:
Só um detalhe.. Acordei já umas 3 vezes [ou mais!] com o Cosmo do meu lado... =P
COSMOOOOOOOOOU ! KOASKOPASKOP'MUITO FOFO ELE .__.
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